A literatura de estética está repleta de desesperadas tentativas de responder a questão “O que é arte?”. Essa questão, com freqüência inutilmente confundida com a questão “O que é boa arte?”, é aguda no caso da arte encontrada – a pedra pega na rua e exibida em um museu – e é posteriormente agravada com a promoção da assim chamada arte ambiental e
conceitual. É o pára-lamas destruído de um automóvel em uma galeria de arte uma obra de arte? O que é algo que nem mesmo é um objeto, e não é exibido em nenhuma galeria ou museu – por exemplo, a escavação e preenchimento de um buraco no Central Park como prescrito por Oldenburg? Se essas são obras de arte, então são todas as pedras na rua e todos os objetos e ocorrências obras de arte? Se não, o que distingue o que é e o que não é uma obra de arte? Que um artista a chame de obra de arte? Que seja exibida em um museu ou galeria? Nenhuma dessas respostas comporta qualquer convicção. Como destaquei no início, parte do problema está em perguntar a questão errada – em falhar no reconhecimento de que uma coisa pode funcionar como obra de arte em algumas épocas e não em outras. Em casos cruciais, a questão real não é “Que objetos são (permanentemente) obras de arte?” mas “Quando um objeto é uma obra de arte?” – ou mais sinteticamente, como em meu título, “Quando é arte?” Quando é Arte? - Nelson Goodman.
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